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Louva-a-deus ou cavalinho-de-deus

  • pt.wikipedia.org
  • 7 de ago. de 2013
  • 4 min de leitura

Este é um inseto de distribuição muito comum; pode ser encontrado nos jardins da maioria das casas, principalmente na periferia das cidades, nos campos e matas. O seu nome vem da posição regular de repouso - a parte anterior do corpo levantada e os membros anteriores unidos, como que rezando (para Deus). Seu corpo, de formas muito esquisitas, é a adaptado para permanecer camuflado confundindo-se com a vegetação (mimetismo) onde normalmente vive (o corpo fino, esverdeado, alongado e imóvel confunde-se com ramos de qualquer planta e as asas com as folhas). Normalmente, alimenta-se de pequenos insetos (moscas, abelhas, gafanhotos, cigarras, etc.) que captura com suas patas dianteiras longas e que funcionam como uma eficiente pinça cheia de espinhos, que executa apreensões extremamente rápidas, que trazem a caça diretamente para a sua forte mandíbula. Este inseto original tem cinco olhos ! Dois deles (olhos compostos) situados em pontos convencionais são capazes de acompanhar os movimentos de todo o que se mexe em seu redor. Os outros três, localizados na região da testa, existem para detectar variações de luminosidade e são importantes pois seus hábitos de vida são estreitamente ligados com a percepção da incidência de luz local a cada momento. Quando dois machos encontram-se, e caso um deles não se retire rapidamente em fuga, acontece uma luta fatal para um deles. Esta pugna começa com os contendores na posição de guarda dos boxeadores. O vencedor mata e se alimenta do vencido e, de barriga cheia, dorme um bom sono em posição de reza. Um fato incrível - no acasalamento, o macho serve de alimento para "sua amada". A fêmea agarra seu companheiro ("ex-companheiro") pelo pescoço, arranca e come sua cabeça - neste momento, podemos entender que ele literalmente "perdeu a cabeça por ela". Curiosamente, o "resto" do corpo do macho continua atuando para terminar a fecundação da fêmea - uma incrível realidade !! Terminadas as "núpcias", a fêmea esconde-se entre as folhas e vai "rezar". Vamos tentar entender as implicações deste fato na biologia deste bichinho - em verdade, esta atitude da fêmea promove uma "adaptação" da espécie ao ambiente. Uma vez alimentada pelo corpo de seu parceiro ela permanece escondida (está nutrida até quase o momento da postura dos ovos) na vegetação evitando ser facilmente encontrada e devorada por pássaros, seus inimigos naturais. Mais - tudo indica que ao devorar a cabeça do macho, a atuação dos centros nervosos secundários abdominais restantes no parceiro fazem a fecundação ocorrer de forma muito mais efetiva (maior quantidade de sêmen é transferida para o corpo da fêmea) - pelos filhos, TUDO !. No momento da postura, a fêmea deposita os ovos em uma ovoteca (recipiente que contém e protege os ovos) feita com várias camadas de espuma protetora expelida pela cuidadosa mamãe para manter os ovos fixados no galho de uma planta. Cada um dos filhotes tem sua primeira fase de desenvolvimento no interior de um abrigo vermiforme. Saem de lá já com a forma de diminutos louva-a-deus. Neste momento, muitos deles são devorados por seus predadores naturais: as formigas. Em relação ao ecossistema do qual participa, este inseto compõe uma rede alimentar formada de centenas de alternativas de condução da energia que nele flui e assim a sua sobrevivência é importantíssima para todo um sistema de VIDA. Os índios (tupis) chamam este curioso bicho de "emboici" - "mãe de cobra". A razão é a seguinte - no interior do abdome dos louva-a-deus, freqüentemente, está presente um verme fino e comprido (um seu parasita natural). Os índios acreditam que este verme é um filhote que, depois de nascer e crescer, transforma-se em cobra comum. Coisas que podemos aprender entendendo melhor a vida deste inseto: · a forma original e eficaz de caçar os insetos (sobre os sensores, os dispositivos de apreensão e a forma de utilização dos apêndices). · a forma de se camuflar para poder sobreviver ao ataque de inimigos. · o inusitado canibalismo que ajuda a preservar as fêmeas fecundadas do ataque de predadores. · que a Natureza é complexa e que as soluções que ela encontra para sustentar a Vida são incríveis e apropriadamente eficientes adotando o enfoque do "viva e deixe viver - que é muito melhor para tudo e todos". · que os louva-a-deus machos estão fadados a "perder a cabeça" por uma linda namorada ........

Por que, em algumas espécies, as fêmeas matam os machos? Os cientistas ainda não compreendem perfeitamente as razões para esse comportamento, batizado de canibalismo sexual, uma forma especial de predação em que a fêmea mata e devora o macho depois do acasalamento. O fenômeno, considerado raro, ocorre entre alguns tipos de aracnídeos (aranhas e escorpiões) e insetos como o louva-a-deus. "Depois de receber os espermatozóides, a fêmea deixa de ver o macho como um parceiro sexual", afirma o biólogo Ricardo Pinto de Rocha, da USP. Uma das hipóteses para explicar a atitude nada amistosa das fêmeas seria o fato de que, ao comer o macho, ela estaria garantindo uma fonte extra de alimentos para seus ovos fecundados. No caso do louva-a-deus, cujo macho tem a cabeça devorada pela fêmea durante a cópula, a hipótese mais aceita é de que o canibalismo contribuiria para um aumento na liberação de espermatozóides. Em muitos casos, o papel biológico dos machos se encerra com a fecundação dos ovos. Assim, os especialistas acreditam que, em certas espécies, o canibalismo ocorre com o consentimento dos próprios machos. Isso aconteceria, por exemplo, com uma aranha australiana, a Latrodectus hasselti. Na cópula, o macho posiciona seu abdômen junto à mandíbula da fêmea como se o oferecesse a ela. O curioso é que esse suposto suicídio livraria o macho dessa espécie de uma existência difícil, já que normalmente o órgão sexual masculino se parte dentro da fêmea em pleno acasalamento.

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